Sementes prontas a germinar

Num mundo em constante movimento, onde tantas vezes somos levados pelas exigências externas, torna-se essencial voltar ao centro, à essência, ao corpo. Libertar a energia estagnada é um ato de coragem e auto cuidado, é reconhecer o que já não serve, dar-lhe voz e, com respeito, deixá-lo ir. No ritual xamânico que realizámos no Festival Atman, essa foi a grande intenção: abrir espaço para o novo, para o verdadeiro, para o Eu mais autêntico.

Através de técnicas ancestrais como o grounding, a respiração consciente, a meditação, o sopro, o uso de ervas sagradas e instrumentos de cura, criámos um campo seguro onde cada participante pôde mergulhar fundo, conectar-se com a sua energia vital e restaurar o equilíbrio interior. Estas práticas não são apenas ferramentas, são pontes entre o físico e o espiritual, capazes de realinhar a frequência do nosso campo energético e abrir portais de cura.

Foi um momento de entrega total. Sentiu-se no ar a transformação, o desapego, a leveza que nasce quando permitimos que o corpo fale, que a alma respire, que o coração floresça. Cada ser presente saiu mais ancorado na Terra, mais presente no corpo e mais próximo do seu centro, com a semente do amor-próprio, da segurança e do equilíbrio já plantada, pronta a germinar.

Considero este tipo de trabalho essencial ao desenvolvimento pessoal e espiritual porque nos convida a voltar a nós mesmos. A verdadeira evolução não se dá acumulando conhecimento, mas sim esvaziando o que nos pesa, o que nos distrai da nossa essência. É no espaço que se abre depois da limpeza que o amor-próprio se fortalece, que a segurança interna emerge e que o equilíbrio se torna possível.

Cuidar do nosso campo energético é cuidar da nossa alma. E quando o fazemos em círculo, em ritual, com presença e intenção, o caminho torna-se mais leve, mais profundo e mais verdadeiro. Que estas sementes cresçam em cada um, e que possamos todos florescer, com raízes firmes na Terra e o coração aberto ao céu.