Sem querer, a Morte ensina-nos a Arte de Viver.

A morte é um tema que evitamos, mas que inevitavelmente nos encontra. Quando perdemos alguém ou somos confrontados com a nossa própria mortalidade, há uma verdade que se impõe: estamos vivos, mas por quanto tempo?

É nestes momentos que somos chamados a refletir sobre o que significa viver. O tempo torna-se real, os dias deixam de ser dados como garantidos, e começamos a ver o presente como um dom – não uma rotina.

Vivemos tantas vezes em piloto automático. Os dias passam, os meses correm, e só quando algo nos abala é que percebemos o quanto adiamos: sonhos, palavras, encontros, perdões.

A morte, com a sua crueza, interrompe esse ciclo. Não como castigo, mas como aviso. Um aviso urgente para abraçar o que realmente importa, enquanto ainda temos tempo. Quando a Morte Bate à Porta, a Vida Ganha Outra Cor.

É importante viver com propósito, essa é a melhor resposta à finitude inevitável.

E se a maior lição da morte for esta:  não esperes pelo amanhã para começar a viver?
Estar consciente da finitude não nos deve paralisar. Pelo contrário. Pode ser a centelha que acende em nós uma nova forma de estar: mais presente, mais grata, mais ousada. Dizer “amo-te” hoje, ligar agora, escolher o que nos faz bem e deixar o que não nos alimenta, apenas consome.

A morte ensina-nos que o tempo é o nosso recurso mais valioso – e também o mais escasso.

A perda de alguém traz também uma reconexão com as nossas raízes. Redescobrimos o valor de um almoço em família, de uma história contada à lareira, de um abraço sem pressa. Ensina-nos o valor dos pequenos momentos.

No fim, são esses momentos simples que mais importam. E é por isso que, ironicamente, é muitas vezes a morte que nos ensina a arte de viver.

A vida é agora. Não depois, não amanhã. E lembrar isso, mesmo sem querer, é talvez o maior presente que da morte podemos ter.